domingo, dezembro 17, 2006

Uma coisa tão simples I


Todos desejam uma única e singela coisa. Até chega-se ao cúmulo de podemos ter tudo, satisfazer todos os outros desejos, caprichos e fantasias, contudo não conseguimos ser felizes pois falta essa singela particularidade.

Inúmeras histórias foram escritas, poemas declamados, estátuas esculpidas, telas pintadas, tudo no intuito de tentar captar a sua essência.

Provas existem que do melhor e o pior foi feito em seu nome.

Como algo tão simples de concretizar se torna tão complexo e distante.

Será por temos noções um pouco erradas em relação ao Amor? Pode até não partir daí, de uma noção errada, embora possamos entender a sua noção no mundo das ideias, onde é perfeito, e baralhar por completo sua forma, seu intuído, seu objectivo no dia a dia, onde ele é mais importante.

Não sou contra de concentrar as nossas energias no Amor como forma abstracta, o problema não é o colocar o Amor nas nuvens, num Estádio perfeito, mas sim o de menosprezar o seu acesso.

È preciso criar escadas para lá chegar, essas serão construídas degrau a degrau, não individualmente mas em conjunto.

O amor é o espelho da nossa alma (interior) se pensamos que o nosso interior é finito então o nosso amor também o será. Se por ventura acreditarmos que o nosso interior não tem barreiras, então o nosso amor também não terá!

1 comentário:

Luarte disse...

Aquilo que é apelidado de "uma coisa tão simples" eu chamo antes "a razão de todo o ser" que nada tem de simples... apenas de complexo... mas também, como poderia ser simples a razão máxima da nossa existência... nada do que é grandioso, nada do que é realmente importante pode ser simples...nem fácil de alcançar... por vezes é até mesmo impossível... e ainda bem... sabes porquê? Porque nunca se menospreza algo que nos tenha custado ter...mesmo nada...por outro lado, tudo o que nada ou pouco te tenha custado obter, tu vais tomar como certo, não lhe darás o devido valor porque pura e simplesmente não houve sacrifício, luta, suor, DOR... apenas um mero desejo tornado realidade...apenas um capricho satisfeito... mas o AMOR não pode ser um capricho, um desejo... não... é algo muito maior... algo a quem nem todos possam ter acesso... não por não estarem predestinados (porque acredito que todo o ser tem uma “alma gémea”) mas antes por terem deixado de merecer...
O “Amor que não se tem é o que mais se deseja”, realidade indecente... mas verdadeira... podre... mas efectiva... só damos valor ao que perdemos, e perdemos porquê? Porque ousamos pensar que amar é simples... que o AMOR é “uma coisa tão simples”...
Ter e perder é bem pior que nunca ter tido... nunca ter sentido... a vida ganha um gosto amargo... a culpa e a desilusão consome-nos... a dúvida e a incerteza destróiem a esperança de que ainda será possível...o AMOR...
Cuida do que a vida tem de mais precioso e dificil de obter, cuida do maior e melhor bem que existe... Cuida de o alcançar, cuida de o manter...para sempre... mas principalmente trata de garantir que ao perceberes que encontraste o AMOR o verdadeiro AMOR... não pensarás que foi, é ou será simples...