quinta-feira, novembro 02, 2006

Como encontrei o que nunca procurei ...


Já andava há horas por curvas e contracurvas, todas ligeiramente diferentes, suficiente para não se tornar inconsciente, somente mecânico.

Todos os anos na época das raras chuvas e dos longos dias, peregrinava por rotas incertas, perdidas por muitos, diárias para tantos outros. Aí sentia-me livre, a supresa dos pormenores que iam correndo sem presas até mim, sem para para vangloriaram-se. Por detrás de cada curva, um Mundo novo rapidamente se tornar em mundo presente para elevar-se a mundo das Memórias, em rápidos instantes.

Eu nunca planeio para onde ir, somente para onde não quero chegar, lugar esse que curiosamente todos desejam ir e lá ficar. Embora tanto eles como eu pretendemos o mesmo, deixar para trás problemas diários, monótonos, cansativos, as vezes tão pequenos que deixamos de ver onde começam e onde terminam, moldando-se, falsamente num só. A diferença, a meu ver, é que eles, todos os que não fazem parte do meu Eu, agem como crianças a jogar a bola. Todos correndo atrás do Balão Mágico, num instante ficamos sem saber se são eles que correm se é o campo debaixo dos seus pés de porcelana. Os adultos fazem o mesmo, deslocando-se todos para a mesma zona na mesma altura, conclusão, todo a que se foge é levado em bagagem invisível real, ligeiramente alterada de forma mas igual no conteúdo. Como agua que foge da garrafa para o copo.

Continua...

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